Avisos de utilidade pública, enfoque: Greve Furg

Sem mais delongas, o que venho comunicar são os últimos informes de terça-feira (29 de maio).

Nesta terça-feira tivemos representantes do Movimento Grevista Estudantil da Furg (um deles nossa colega Carolina) na reunião convocada pela Aprofurg ao Consun com a seguinte pauta: nota da reitoria de esclarecimento sobre o calendário acadêmico. O resultado da reunião foi publicado em nota à comunidade riograndina no site da Associação dos Professores da Universidade Federal do Rio Grande (http://www.aprofurg.org.br/portal/index.php/noticias/199-comunicado-da-assembleia-geral-dos-professores-da-furg.html).

 Eu, Sorriso, como participante ativa do movimento acredito na importância de os leitores entenderem a motivação em comum entre todos do movimento, que não passa de algo muito simples que está estampado na cara de todo brasileiro, só não enxerga aquele que não quer ver: a situação atual de descomprometimento do nosso governo com relação, principalmente, à educação. Outro ponto que ao meu ver não está bem claro à maior parte dos meus colegas e também professores é o que vem a ser uma GREVE, portanto destaquei da nota em questão, os pontos vitais para tal entendimento, peço que leiam atentamente e sem pré julgamentos.

"É consenso entre a universidade pública brasileira que a greve foi um imperativo movido pela justeza das reivindicações, tendo em vista que o Governo Federal tem assumido uma postura protelatória em relação às demandas do movimento docente. Paralelamente, o Governo tem adotado uma política que privilegia o capital financeiro e pagamento da chamada “dívida pública” em detrimento de setores fundamentais para a população, como a educação, a saúde, a previdência, a segurança, dentre outros.

Dada a atual conjuntura de greve por parte da comunidade docente e dicente, em primeiro plano, estavam preocupações de professores e estudantes sobre atividades que estão ocorrendo durante a greve, o que acarreta prejuízos ao movimento e, especialmente, aos estudantes, que teriam dois períodos letivos para sustentar: um com parte dos professores realizando atividades ao longo da greve e outro no retorno, após a greve. Diante disso, o movimento reivindicou junto à reitoria uma reunião extraordinária do Conselho Universitário da FURG (CONSUN) para solicitar a SUSPENSÃO DO CALENDÁRIO ACADÊMICO, definindo o Conselho de Ensino, Pesquisa, Extensão e Administração (COEPEA) como instância responsável para, ao final da greve, tratar das especificidades do novo calendário.

A nota da reitoria sobre a suspensão do calendário, em nossa avaliação é imprecisa. Mas, o trecho preocupante é o que diz que o COEPEA irá se reunir em momento oportuno para manifestar-se sobre “os dias letivos a serem recuperados e a convalidação* das atividades realizadas durante o período de greve”. São incontáveis as mobilizações em municípios, estados e na esfera federal para a conquista do piso** para os professores da Educação Básica. Além disso, luta-se por melhores condições de trabalho, pelo fim da violência na escola, contra o aumento excessivo de alunos em sala de aula, para que os professores tenham tempo para planejar e avaliar suas atividades, por assistência estudantil, atendimento de saúde nos ambientes escolares e outros temas não menos importantes. Nesse sentido, a decisão de convalidação das atividades acadêmicas exercidas durante o período de greve desautoriza o movimento, individualizando e fragmentando a construção política coletiva.

Apelamos para todos os professores, técnicos e estudantes, que se orientem pelo bom senso e considerem que não é justo impor aos nossos alunos que frequentem aulas em dois períodos distintos, como se houvesse na universidade dois calendários acadêmicos. Não é lógico, também, que num momento de união nacional pela educação pública de qualidade, uma minoria imponha suas vontades individuais, ignorando decisões coletivas e a conjuntura local e nacional.

Diante do exposto, e em função do apoio já dado pelo CONSUN à greve dos docentes na Reunião Extraordinária do dia 25 de maio de 2012, SOLICITAMOS UMA NOVA REUNIÃO DO CONSUN COM PAUTA ÚNICA: RECONSIDERAÇÃO DO PEDIDO DE SUSPENSÃO DO CALENDÁRIO ACADÊMICO A CONTAR DE 17 DE MAIO DE 2012.

O ordinário neste período, repetimos, é a greve."

*convalidar: Termo comumente utlizado no linguajar jurídico, que significa tornar válido, legitimar; dar validade a; legalizar.

**piso: é o menor salário pago a um trabalhador dentro de uma categoria profissional específica, formada por empregados de diversas funções num mesmo setor de atividade econômica. A fixação de pisos, além de assegurar valores mínimos para o exercício das diversas atividades profissionais, tende a se refletir nas faixas salariais subsequentes, contribuindo para a elevação do patamar de remuneração dos trabalhadores.

Peço desculpa pelo atraso, os dia têm sido de correria e trabalho árduo. Qualquer dúvida entre em contato por comentário ou email.

Acesse também: greveestudantilfurg.wordpress.com 

Abraços, 

Sorriso