Em 26 de janeiro de 1876 o Governo Imperial instituiu, em decreto, a Repartição de Faróis, reunida mais tarde com a Repartição Hidrographica, no Ministério da Marinha, sendo ambas dirigidas pelo Barão de Tefé. Até então, os faróis brasileiros eram administrados pelas respectivas Capitanias dos Portos.
A sua construção foi iniciada em 1858, assim registrada à época:
(…) escavou-se o terreno a uma profundidade a encontrar bastante água, estacou-se com 84 moirões de [madeira de] ley toda a superfície, sobre os quaes engradou-se com vigas de ley na distância de tres palmos de uma a outra, e depois de incavilhadas encheu-se os entrevallos de pedra secca bem calcada: sobre este engradamento levantou-se a sapata de pedra e cal até dez palmos, e sobre esta levantarão se as paredes da torre e as das meios águas seguindo sempre com a planta em vista. Acha-se presente esta obra com os arcos fechados do segundo pavimento e a receber o respectivo madeiramento, e a 45 palmos de altura acima do terreno (…). (1 palmo = 21 cm)
Conforme o Cmte Geraldo Knippling (VDS), autor de livros sobre a navegação no Guaíba e Lagoa dos Patos, em 1.992 o farol sofreu reforma que o desfigurou. Janelas foram fechadas com alvenaria e seus 30m de altura foram caiados de fora a fora. "Uma viagem de Rio Grande a Porto Alegre levava dias, muitos deles parados, à espera de ventos favoráveis. Os fundeadouros de Bojuru e Cristóvão Pereira eram um abrigo seguro..." escreveu o autor de "O Guaíba e a Lagoa dos Patos". O livro fornece carta para acesso e preciosas informações sobre ventos, e para fundeio nas cercanias do farol.
A casa do faroleiro não existe mais, tendo a operação sido automatizada. As embarcações à vela que transportavam mercadorias e se refugiavam junto ao farol também se foram, mas o farol não deixou de ser importante para a navegação, nem tampouco para a história da navegação no Rio Grande do Sul.
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