quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Mundo animal -- Água-viva imortal


Além da hidra, existe outra criatura marinha que desafia as leis da vida e da morte e que pode nos ajudar a compreender melhor o fenômeno do envelhecimento: a água-viva Turritopsis dohrnii.

Entrevistado por um repórter do New York Times, o biólogo marinho Shin Kubota falou sobre a importância das pesquisas sobre essa estranha criatura.

“Uma vez que determinemos como essa água-viva rejuvenesce, poderemos alcançar grandes conquistas. Minha opinião é a de que iremos evoluir e nos tornar imortais”, afirma o cientista, que não tem dúvidas quanto ao propósito final de seus estudos: “curar” o envelhecimento humano.

A maioria das águas-vivas passa por duas fases (pólipo, em que se fixa em uma base, e medusa, em que se desloca e gera descendentes) e morre. Já a T. dohrnii segue outro caminho: quando termina a fase de medusa, ela assume uma “posição fetal”, reabsorve os próprios tentáculos e se degenera; em questão de dias, forma uma camada externa, da qual brotam estolhos (caules finos), de onde surge um pólipo.

Tal ciclo leva cientistas a crerem que a T. dohrnii é imortal ou, pelo menos, capaz de se regenerar indefinidamente. Compreender esse mecanismo pode causar grandes avanços na Medicina, em especial no que diz respeito à longevidade. Curiosamente, “há uma similaridade genética muito grande entre águas-vivas e seres humanos”, afirma o biólogo Kevin J. Peterson. Não é por acaso que a T. dohrnii tem atraído a atenção de muitos pesquisadores.

Em um dos estudos que fez sobre a criatura, Kubota documentou o ciclo de vida de uma colônia de T. dohrnii de 2009 a 2011. Nesse período, os animais “renasceram” dez vezes, a intervalos de cerca de um mês.

Kubota demonstrou, ainda, que é possível acelerar o processo de “renascimento” ferindo a criatura – o que mostra que a T. dohrnii não apenas pode sobreviver indefinidamente ao envelhecimento, mas que é muito resistente a danos.

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