domingo, 1 de julho de 2012

Cúpula dos Povos

Ai galera, não conseguimos mandar um resumo diário da Cúpula dos Povos porque agente se encabrerou de levar o computador pro acamps e também o acesso a internet lá tava muito complicado. Mas fiz um resumão bem básico do que eu presenciei lá no Rio de Janeiro. Qualquer pergunta mandae nos comentários.


Um dos temas de maior discussão no espaço dedicado a união das organizações da sociedade civil e movimentos sociais e populares de todo o Brasil e do mundo - Cúpula dos Povos - foi a construção da hidrelétrica de Belo Monte. Esse tipo de ação governamental foi repudiada nas assembleias e plenárias, já que para sua instalação é necessária a devastação e alagamento de amplas áreas, destruição do habitat aquático, além dos conflitos sociais gerados para as comunidades indígenas desta região.

Entretanto, este espaço não foi nem um pouco valorizado, comparando-o com as atividades realizadas pela Rio+20, que dispunham de espaços com uma melhor infraestrutura e organização, mas que tratava do conceito de sustentabilidade como um “negócio verde”, sem se importar com as comunidades ou os benefícios que um mundo sustentável gera a população,  mas apenas com a viabilidade financeira das propostas e com a ideia de economia verde – um novo disfarce para o capitalismo – como conceito base de praticamente todas as atividades.

Durante o período da Rio+20 existiram diversas atividades paralelas no Rio de Janeiro, relacionadas ao tema “sustentabilidade”, além da Cúpula dos Povos. Entre elas a “://HUMANIDADE2012”,  que ocorreu durante os dias 11 à 22 junho no forte de Copacabana e foi uma iniciativa da FIESP, FIRJAN, Fundação Roberto Marinho, Senai-Rio, Senai-SP, Sesi-Rio, Sesi-SP, com patrocínio da Prefeitura do Rio, do Sebrae e da Caixa Econômica Federal.

HUMANIDADE2012 tinha uma estrutura formada de 105 painéis temáticos e contou com cerca de 210 mil visitas, além de plenárias de discussões com representantes de organizações internacionais governamentais e de empresas privadas onde era proibida a entrada de pessoas não credenciadas e os ouvintes não tinham chance para perguntas ou colocações . Entretanto a maioria das salas continha um conceito distorcido de sustentabilidade onde, por exemplo, se valorizava a mecanização no campo e implantação de hidrelétricas. Conceitos estes, discutidos amplamente na Cúpula dos povos, como sendo inviáveis dentro da proposta de um mundo mais verde e sustentável.

A mídia tratou da cúpula como uma manifestação cultural dos povos, mas essa não era a realidade do evento, que contou com manifestações diárias dos movimentos sociais contrárias ao que estava sendo acordado na Rio+20 e às injustiças sociais e ambientais causadas pelo atual modelo econômico de desenvolvimento, além do descaso com o qual o governo vem tratando as questões relacionadas ao povo colocando como prioridade os interesses de poucos e visando, assim, o crescimento a qualquer custo.

Essa semana vou me interar novamente dos assuntos do Movimento Estudantil Grevista e posto aqui pra vocês, mas acho que essa greve vai longe ainda!

Falow ai galera!
Carol Amorim

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