terça-feira, 10 de abril de 2012

Cineasta viaja até o fundo dos oceanos

Foram sete anos de trabalho para o cineasta James Cameron empreender, em apenas três horas, uma descida até o ponto mais profundo dos oceanos, a 10,9 mil metros da superfície. A Fossa das Marianas, que recebeu a presença humana pela primeira e última vez em 1960, foi filmada com câmeras de alta resolução em 3D. Cameron esperava, ao longo de seis horas no fundo, também coletar amostras da localidade, menos conhecida pela ciência do que a superfície de Marte.

Cameron desceu a bordo do batiscafo (uma espécie de minissubmarino) Deepsea Challenger, construído especialmente para a aventura. Mais de 180 sistemas eletrônicos compõem o equipamento, que garante que a pressão dentro da cabine permaneça constante mesmo durante a descida.


Com apenas 1,09 metro de largura, e ainda cercado de câmeras, o interior da esfera é tão pequeno que Cameron tem de se manter de joelhos e mal consegue se mover quando está dentro do aparelho. A experiência claustrofóbica, porém, não impressionava o piloto. Em um post no Twitter, logo após chegar ao fundo da fossa, ele brincou: "Acabei de chegar ao ponto mais profundo do oceano. Chegar ao fundo nunca foi tão bom. Mal posso esperar para dividir com vocês o que estou vendo".


A Fossa das Marianas é o local mais profundo dos oceanos, atingindo 11034 metros de profundidade. Localiza-se no Oceano Pacífico, a leste das Ilhas Marianas, na fronteira convergente entre as placas tectónicas do Pacífico e das Filipinas. Geologicamente, a fossa das Marianas é resultado geomorfológico de uma zona de subducção.


A tecnologia que dá suporte a Cameron parecia ficção científica 52 anos atrás, quando o tenente americano Don Walsh e o cientista suíço Jacques Piccard chegaram à fossa. A operação conduzida pela dupla durou apenas 20 minutos, e o batiscafo Trieste levantou tanta areia que não foi realizado qualquer registro visual do feito.

Cameron, Walsh e Piccard foram os únicos três a conhecer a fossa. Enquanto isso, 12 homens andaram pela superfície da Lua, e cerca de 500 viajaram para o espaço. Um retrato de como, mesmo em nosso planeta, há locais enigmáticos para a ciência.

Fonte: NatGeo e BBC

Até mais,

Ace

Nenhum comentário: